“Gosto imenso de cozinhar. Mas o que gosto mesmo de fazer, é de comer. Sou apreciadora de boa gastronomia e de sabores picantes […]” – Conceição Queiroz
Com uma visão abrangente do mundo e própria de uma jornalista de investigação, Conceição Queiroz procura as notícias para lhes dar voz em grandes reportagens. Lançou agora o seu terceiro livro, “A Última História de Amor”, um romance com um cunho bem pessoal.
Nascida em Moçambique, jornalista desde 1994, a trabalhar na TVI, publicou o seu primeiro livro, “Serviço de Urgência” em 2007. Mais tarde lançou outro, “Os Meninos da Jamba”, ambos baseados em trabalhos de reportagem que desenvolveu para o canal de televisão onde trabalha e pelos quais ganhou prémios.
Conceição Queiroz é uma comunicadora nata, faladora, bem-disposta, disponível, faz das conversas uma festa de risos e histórias partilhadas. Na cozinha da TeleCulinária, a confecção da receita foi fluindo com uma rapidez extraordinária. Os temperos levaram-na a uma pequena viagem ao passado. “Gosto imenso de cozinhar. Mas o que gosto mesmo de fazer, é de comer. Sou apreciadora de boa gastronomia e de sabores picantes. Quando era mais nova até picante punha na sopa. Adoro.” Assume que, por ser gulosa, não consegue fazer dieta do princípio ao fim. Os bolos de chocolate são a sua predilecção, mas confessa, com imensa pena, que não tem jeito para fazer sobremesas. A receita que nos apresentou reporta-a à sua infância, em África e aos cheiros da cozinha lá de casa. A mãe surge na conversa e a voz embarga-se de emoções. A sua partida inesperada, deixou saudades e torna-se inevitável lembrá-la. “Quis fazer galinha porque é uma coisa muito moçambicana e muito da minha infância, o coco e o amendoim, também. São cheiros e sabores da minha terra. Gosto de cozinhar este tipo de ingredientes”, lembra.
Diz que a cozinha para ela é libertadora, apesar de revelar que trabalha muito sobre o controlo do relógio. “É bom estar a cozinhar e olhar para o relógio enorme que tenho na minha cozinha. Quando tenho tempo, cozinho receitas que adoro e dão algum trabalho na sua elaboração. Adoro imenso recriar pratos que provo sem saber a receita. Só pelos ingredientes, chego à essência do prato e faço-o. Cozinhar é-me natural. A minha mãe ensinou-nos todos a cozinhar. Somos 6 irmãos e todos sabemos cozinhar muito bem. Sempre que a família está reunida, faço questão de replicar uma receita da terra que a nossa mãe fazia maravilhosamente bem, a feijoada de Moçambique e Matapa, um prato feito com folhas de abóbora e gordura de amendoim e coco que se acompanha com arroz”.
A conversa foi correndo, no fim, provámos o prato e, podemos garantir, que vale a pena testar esta receita…
“A Última História de Amor”, o romance editado agora com a chancela da Esfera do Livro, é um pedaço de si, das suas raízes, da sua família. O personagem central é o seu trisavô alemão, que viveu em Moçambique e por personalidade era uma pessoa racista que nunca aceitou o amor do filho por uma nativa. Lutar contra esta paixão, fê-lo tomar decisões horríveis e desumanas, relatadas neste livro que, sendo um romance, tem também a vertente da ficção.
Galinha de caril com amendoim
1 galinha média
300 g de amendoim sem pele
6 tomates médios maduros
2 cebolas médias
2 colheres (sopa) de pó de caril
1 colher (sopa) de azeite
2 L de água
Piripiri q.b.
Sal q.b.
Água q.b.
Deite o amendoim num liquidificador juntamente com 1 chávena de água fria, ligue e, logo que esteja em forma de massa, retire e deite numa taça com os 2 L de água. Mexa e depois coe muito bem. Se verificar que a mistura está muito grossa, acrescente mais água até ficar com uma consistência de leite.
Num tacho, coloque a galinha cortada em pedaços não muito pequenos, juntamente com os tomates e as cebolas cortados em pedaços, o azeite e o caril. Tempere com o sal e dê uma pequena fervura para cozer o tomate e a cebola. De seguida, adicione o leite de amendoim e deixe ferver, mexendo sempre.
Deixe cozer durante aproximadamente 1 hora em lume brando. Se achar que o molho está muito espesso, pode acrescentar água. Deixe apurar em lume brando, depois junte o piripiri que é para não cozer e picar muito. Caso goste de muito picante, o piripiri deverá ser adicionado junto com a cebola e tomate.
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